quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Estimativas de Pontuação para o Campeão Brasileiro

Caros amigos,

Como não atender a um pedido de nosso amigo Prisco, vulgo Baggio, que gentilmente abre espaço para nossos “posts”? No fim do ano passado ele pediu que fizessemos uma abordagem referente às estimativas de pontuação para o Campeão Brasileiro. Isso foi motivado por alguns “palpites” nos 2 últimos títulos conquistados pelo Palmeiras. Em 2016, “cravei” os 72 pontos e em 2018 “cravei” os 74 pontos. Essas pontuações seriam suficientes, no limite, para superar os respectivos vices (Santos – 71 e Flamengo – 72). Coincidentemente, nos 2 anos, o Palmeiras chegou a 80 pontos, bem acima do necessário.

Evidentemente, diversos fatores influenciam esses números num campeonato apenas. O equilíbrio da disputa, o momento do jogo decisivo entre os primeiros colocados, a antecedência na qual o campeonato é decidido (que desmotivaria o segundo lugar), se ainda há algo em disputa pelo segundo colocado (vaga na Libertadores ou premiação que faça sentido para um time em maior dificuldade financeira), etc. Porém, quando usamos séries mais longas, esses efeitos são atenuados e o Brasileirão por 20 clubes já está na sua 13ª edição, sendo esta, uma boa amostragem para algumas conclusões.

Seria fácil se as condições de contorno fosse mantidas. Entretanto, o “post” anterior argumentava sobre a “nova ordem” dos clubes brasileiros, com a queda de relevância de alguns dos outrora 12 gigantes. O efeito imediato é a redução do equilíbrio do campeonato. Tentaremos demonstrar que esse processo já começou com uma poderosa aliada, a matemática.

Nas imagens abaixo, será possível verificar a pontuação média de cada posição, a mediana, o mínimo, o máximo, o desvio padrão e a soma entre o desvio padrão e mediana.

Observem a foto abaixo





O campeão faz, na média, 75,8 pontos; o segundo 68,3; o terceiro 66,6 e o quarto 63,4. Porém, se fizermos uma análise apenas dos últimos 5 anos (2014-2018), os números já se alteram de forma substancial para cima.





Observem que as respectivas pontuações vão para 78,6 (diferença de 2,8 pontos) ; 69,0 (0,7); 68 (1,4) e 64,2 (0,8). A mesma lógica é vista na parte de baixo da tabela com os times fazendo menos pontos. O 16º colocado faz na média, 43,7 pontos e nos últimos 5 anos 42,8 (0,9).

Para “comprovar” a tese, nessa última foto abaixo, o extrato dos primeiros 5 anos dos pontos corridos (2006-2010).




Comparando os últimos 5 anos com os primeiros 5 anos, a diferença é ainda mais gritante. Na primeira posição a variação foi de relevantes 5 pontos (78,6 x 73,6). Vale observar a diferença nas outras posições e na parte debaixo da tabela.

A conclusão é que o menor equilíbrio está “alargando” a tabela e essa tendência está longe do fim.

Sendo assim, meu caro Baggio, uma má notícia...os 74 pontos ainda poderão servir no curtíssimo prazo, mas, certamente não servirão nos próximos 3 a 5 anos. Sugiro colocar alguma gordura antes de apreciar seus fantásticos vinhos ao final dos campeonatos brasileiros...

Marcelo, o Racional

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