sábado, 1 de junho de 2013

A escolha é difícil, mas é sensata.


Caros amigos,
 
Com a chegada da Copa das Confederações, vai se encerrando o primeiro semestre do futebol brasileiro. Época para um balanço, para análises de erros e acertos. Sei que serei repetitivo (foi tema de vários“posts”), mas, novamente, abordo o tema entre a escolha entre jogadores consagrados e desconhecidos.
 
Cabe, como sempre, ressaltar que no imaginário do torcedor é muito melhor ter Valdivia a Patrick, Deco a Tiago Real, Thiago Neves a Vinícius. Entretanto, depois de mais uma temporada, vale analisar, sem preconceitos, sem pré-julgamento, qual “estratégia” vem dando mais resultados. Vamos por times:
 
São Paulo – Quando começava a entender de futebol, o São Paulo inventava o Menudos...(desde lá essa questão sexual, deixa pra lá), com Muller, Silas e Sidnei. Depois, bancou Raí por anos e anos, vindo do Botafogo-SP e um tal de Palhinha...Para não me alongar, o último sucesso foi no tri de 2006/2008 com Mineiros, Josués, Borges, Leandros e Mirandas. Desde então começou a “inventar”. Pagou rios de dinheiro para Cléber Santana, Fernandão e mais recentemente para Luis Fabiano e PH Ganso. Nas poucas vezes que jogam, não foram suficientes para levar o time ao sucesso. E os cofres...
 
Corinthians – O maior caso de reconstrução através de jogadores desconhecidos. Desde o rebaixamento nos acostumamos com Jucilei, Ralf, Christian, Alessandro, Chicão e afins. Aliado a ajuda governamental e competência de marketing, ganhou dinheiro como nunca e torrou com Alexandre Pato. Que beleza...
 
Fluminense – O maior exemplo de medalhões no elenco. Novamente, não conseguiram a America. Além disso, quando os tricolores mais precisaram, Deco e Thiago Neves não puderam ajudar. Aí resta aos Wellington Nems e Rhayners resolverem. Que Deus abençoe a Unimed. Triste sina.
 
Grêmio – Nem Estadual, nem Libertadores com a folha mais cara do Brasil. É um ninho de medalhões. Agora, especula-se atraso de salários. Boa, Luxa!!
 
Palmeiras – Quando mais precisou de Valdivia...E o Wesley??
 
Boca – O mesmo Riquelme que elimina o Corinthians, perde pênalti contra o Newell’s e não passam pelo São Caetano da Argentina (em títulos, não em torcida e importância). Agora estão em penúltimo no torneio local.
 
Santos – Depois das “invenções” de Ganso, Neymar e vários títulos, o Santos foi atrás de Henrique, Ibson e para terminar, Montillo...Devem estar com dificuldades de fechar o caixa...
 
Há exceções, como Ronaldinho Gaúcho, mas são raras, muito raras. Ele mesmo enganou no Milan e Flamengo e parece que só acordou quando“baixaram sua bola”, já que veio sem a camisa 10 para o Galo e ganhando “apenas” R$ 300 mil. Mesmo assim, que sufoco ontem, hein...
 
Mesmo o Palmeiras, tradicional por não revelar jogadores, em seus anos de glória buscou jogadores do interior como Roberto Carlos (União de Araras), Flávio Conceição (Rio Branco), Edílson, Djalminha e Luisão (Guarani), entre outros.
 
Nada como ter jogador com fome...
 
Concordo com quem argumenta que clube de futebol não é banco e não tem que gerar lucro. O objetivo principal é aumentar a torcida e ganhar títulos, sempre. O problema é que há muito tempo não há relação entre folha de pagamento e resultado. O pior é que vários times, depois de experiências desastradas, demoram de 2 a 4 anos para se reerguer, isso se não passar pelo fantasma da Série B.
 
Evidente também, que só apostar em desconhecidos, não leva a nada. Um Danilo foi importante no Corinthians, um Zé Roberto no Santos, mas, nesses casos, é fundamental verificar o histórico de carreira do jogador e não apenas o clamor da torcida. Outro ponto é que sempre imaginamos o jogador do passado, nunca o do presente. O Riquelme de 2000 era um monstro, o Alex de 2002 também, mas, como diria o Fiori: “O teeeeempo passa...”
 
Prefiro mil vezes craques a perebas. O problema é de produtividade. Quem está rendendo mais? O medalhão ou o desconhecido (claro que com um mínimo de qualidade) com fome?
 
Precisamos responder sem deixar a emoção falar mais alto. Difícil pedir isso à torcida, mas torço para que os dirigentes pensem antes de responder.
 
 
Por Marcelo, o racional.