terça-feira, 22 de novembro de 2022

Orgulho imenso! Consolidação de um método ou de um ciclo?

 Caros amigos,

 

Evidentemente trata-se de uma sensação pessoal sem nenhuma pretensão de qualificá-la como majoritária. Feita essa observação, reputo 2022 como o ano que mais me senti orgulhoso da Sociedade Esportiva Palmeiras! E motivos não faltaram...

 

Primeiro pela qualidade do jogo. Meus raros leitores lembram que colocava em dúvida a capacidade do treinador em entregar um jogo além de pragmático pelo que víamos em campo nas temporadas 2020/2021. Ledo engano...A oportunidade de fazer a pré-temporada, algum tempo para treinar durante os campeonatos rolando e a possibilidade de fazer as mudanças no elenco (chegadas e saídas) foram os elementos que permitiram a Abel comprovar sua absurda competência. Essas condições tinham sido negadas nas temporadas anteriores (basicamente devido à pandemia) e, por isso, minha equivocada desconfiança. Em várias jornadas durante o ano, o Palmeiras se comportou como um imponente protagonista. Curioso notar que essa evolução ocorreu sem perder o que o time já fazia de bom nas temporadas anteriores. Joga em vários estilos, contra vários tipos de adversários, em várias situações de jogo, em diversos tipos de campeonatos.

 

Segundo pelo caráter desse elenco. Jogadores muito comprometidos com o trabalho tático, disciplinados fisicamente, sem nenhum, rigorosamente nenhum “problema de vestiário”. Seja na atitude ou em declarações, sempre respeitaram a torcida e a instituição. Jogadores que olham o símbolo do Palmeiras com a cabeça para o alto, reconhecendo a ótima estrutura do clube e entendendo sua história. Impressionante notar que nesse elenco não há jogador descompromissado. Vale lembrar e exaltar para sempre!

 

Terceiro pelo treinador. Desde que acompanho o Palmeiras (início da década de 80) nunca vi uma “pessoa física” que representasse e respeitasse tão bem a nossa essência. Desde a primeira entrevista coletiva onde demonstrou todo o interesse em aprender sobre o clube e a história, passando pelas entrevistas onde sempre foi um embaixador da entidade. Além disso, ele é complementado por uma equipe altamente engajada e profissional. Num país tão mal servidos de técnicos, somos extremamente privilegiados em contar com esse treinador que também olha o clube com a cabeça para o alto. Está apenas em início de carreira, mas já tem contribuições bem maiores que vários que até já se aposentaram. Para citar apenas um exemplo, pode-se lembrar a edição de um livro que, além de fonte de conhecimento, permitiu colaborar com entidades assistenciais através da doação dos recursos arrecadados. 

 

Quarto pelos jogos marcantes e marcas impressionantes. Dominância absurda em clássicos, viradas espetaculares, performances incríveis com menos de 11 jogadores, variações táticas e de jogadores de posição executadas à perfeição, gols de bicicleta (sim, no plural), baixíssimo número de derrotas na temporada (6), inúmeras entrevistas de jogadores e técnicos adversários exaltando o Palmeiras, etc..

 

Quinto pelo inesquecível dia 03 de abril de 2022. Décadas estavam em campo naquele dia. Vale reler o “post” “Sonho, Dna e Orgulho”. (http://priscopalestra.blogspot.com/2022/04/sonho-dna-e-orgulho.html?m=1)

 

Sexto pela manutenção da estratégia de um trabalho árduo de busca de valores “desconhecidos” no mercado, valorização do elenco e da base com mudanças pontuais sem recorrer às pragas dos “medalhões” que tanta falsa alegria geram no curto prazo e decepções em médio e longo prazo. Além disso, a inteligência de trabalhar com um elenco menos numeroso, facilitando a gestão de pessoas por parte do técnico fazendo com que todos se sintam realmente relevantes e, mais importante, que consigam ser aproveitados no decorrer do ano.

 

Confesso que os pontos acima não estão em ordem de importância. Mas esse eu faço questão de deixar por último: os títulos. Recopa, Paulistão e Hendeca Brasileiro. Como aperitivo, a Copinha em janeiro. Deixo em último porque, caso eles não viessem, não poderíamos deixar de considerar tudo que foi apontado anteriormente nesse texto. Escolher caminho, ser protagonista são “escolhas” que estão nas nossas mãos. Vencer troféus, não. Dependem de inúmeras circunstâncias que não controlamos.


Ufa...2022 estará marcado para sempre nos corações verdes!! 


Meu sincero agradecimento a todos!


Reconhecimento indubitável. Voltando para o título do “post”; a dúvida é de outra natureza...


Afinal, estamos assintindo a consolidação de um método ou de um clclo? Sendo mais claro...Estamos convencidos que esse é o modelo e iremos replicá-lo pelos próximos anos ou nas derrotas e decepções (desculpem-me alertar, elas virão) voltaremos ao caminho antigo?


Sinceramente, não tenho a resposta. A rigor, só saberemos quando formos submetidos à essa (desagradável) situação. Os sinais são confusos. Por um lado, os títulos deveriam dar a convicção do nosso caminho. Por outro, nas (raras) derrotas e nas (inúmeras) contratações de outros times sempre enxergamos manifestações de inveja e desconforto. 


A direção será forte o bastante? Tomara que sim! 


Nossa força deveria estar mais no método e nos processos (clube/direção/finanças/marketing/estrutura) que “‘na” pessoa (Paulo Nobre, Leila Pereira e, de maneira mais emblemática atualmente, Abel Ferreira). 


Por mais paradoxal que possa parecer, o maior e melhor remédio para a inevitável (só não sabemos quando) abstinência de Abel Ferreira será a convicção do nosso modelo. Abandoná-lo pode nos custar anos e anos como vimos nas décadas perdidas desde 1980. 


San Gennaro vem nos mostrando o caminho. Que ele nos dê sabedoria para que a coletividade resista às tentações e continuemos trilhando o caminho do protagonismo. 


São os meus votos!! Mais um excelente Natal e um 2023 protagonista para todos os alviverdes!


Marcelo, o Racional.