terça-feira, 24 de julho de 2012

Felipe x Valdivia

                             
Caros Amigos,

Esta semana colocará, mais uma vez, a diretoria do Palmeiras à prova. Numa atitude (tomara que esteja enganado) parecida com a de Kleber, o Traidor, Valdivia vai à imprensa para repercutir a questão da proposta do mundo árabe, com respostas evasivas, insinuando que quer ficar, pero no mucho, abordando a questão da família, etc, etc.

Nos jornais de hoje, Sampaio se diz surpreso com as declarações e teremos uma semana de afirmações e desmentidos.

Ontem, outra notícia “interessante”. O Palmeiras se desfez do jovem Felipe, após ótimo Campeonato Paulista pelo Mogi, vendendo-o ao Atlético-PR.

Penso que as duas notícias ainda apontam pelo antigo resquício de diretores e torcida pelo amor à grife.

No primeiro caso, temos um jogador que veio por uma fortuna. Mais que isso, ganhando impressionantes R$ 500 mil/mês ou, se preferirem, mais que 3 vezes do que ganha PH Ganso. A fortuna de sua contratação não foi paga ainda. Devemos ao Banco Banif. Os salários foram integralmente honrados. Desde então (jul/2010), o Palmeiras gastou R$ 12 MM em salários ao jogador ou, se preferirem, 2/3 do que a Kia nos paga por ano.

Esses números superlativos não se mostraram dentro de campo. Devido uma série de contusões, o chileno participou de pouquíssimos jogos e, com pouco destaque. Nesse ano, tudo igual, até que um gol contra o Grêmio“muda” o panorama. Palmeirenses bradam que ele classificou o Palmeiras. Na minha opinião, um flagrante equívoco. O que classificou o Palmeiras foi a (na época) improvável vitória contra o Grêmio em Porto Alegre com destaque para João Vitor, o agredido e Mazinho, o desacreditado, além de Henrique que fez uma senhora partida em Porto Alegre. Nesse jogo, nosso“craque”, alegou problemas psicológicos e não jogou.

No segundo tempo do segundo jogo, de fato, fez um gol, mas, nesse jogo a defesa do Palmeiras foi irrepreensível novamente.

Na final, em Barueri, após o abraço em Felipão os holofotes estavam em cima do nosso “craque”. Após perder 3 bolas no meio de campo e armar contra ataques não aproveitados de forma surreal pelo nosso adversário, a sorte o brindou com a oportunidade de bater um pênalti aos 45 minutos, bem convertido. No intervalo, os comentários eram que Valdivia, agora, ia deslanchar. Porém, alguns minutos depois uma expulsão estúpida, para dizer o mínimo e, por conseqüência, fora da grande final em Curitiba.

Pegando o torneio completo, pouca diferença. Não participou de nenhum jogo da primeira e segunda fase (Coruripe e Horizonte). Sua estréia foi em 25/04, contra o Paraná (fez o jogo de volta também) e jogou os 2 jogos contra o Atlético-PR.

Enfim, para a maior parte da torcida, o gol contra o Grêmio justifica os R$ 12 MM de salários mais a dívida com o Banif. Para mim, não. Além disso, parece querer forçar um aumento (aproveitando o bom momento com a torcida) para continuar no clube. Se estivesse no comando do clube (sei que muitos dirão: “Ainda bem que não está”...rs), aceitaria correndo a proposta e, com a folga de caixa, poderia repor com jogadores maiscomprometidos e até com certo nome, pois, com R$ 500mil dá para fazer muita coisa.

Postura bem diferente a diretoria e parte da torcida teve com o jovem Felipe. Tive a oportunidade de assistir a um jogo completo dele pelo Mogi Mirim contra o Bragantino no estádio. Belo jogador. Porém após um jogo inteiro e quatro jogos parciais, está atestado: “O garoto não tem condições de vestir o manto palmeirense”. “Sentiu a pressão”,dizem alguns. “É jogador de time pequeno”, dizem outros. Fim. Decretado que o jovem, promissor, barato e com potencial de retorno técnico e financeiro no futuro, está fora da Pompéia. Sem apelação.

De certa maneira, lembra o processo de fritura que o goleiro Bruno passou até a partida contra o Grêmio. Ainda bem, depois de monstruosas atuações em jogos importantes, parece que as cornetas estão mais silenciosas. Felipe não teve a mesma sorte. Impossível dizer se Felipe iria se tornar um grande jogador, porém, fica claro a diferença de tratamento entre a grife e o desconhecido. Não somos capazes de esperar 5 jogos por um jogador de R$ 30 mil e esperamos 2 anos por um de R$ 500 mil.

Definitivamente, não me parece inteligente.

Como ressaltado em outro post, que bom que ganhamos a Copa do Brasil sem os medalhões. Talvez seja o começo de uma nova mentalidade, apesar da recaída dessa semana.

Foco na Sul Americana!!


Marcelo, o racional.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Título e suas Consequências


Caros amigos,

Passados 5 dias do nosso título e com a adrenalina mais baixa, já é possível fazer uma projeção das conseqüências do título palestrino. Penso que algumas são certas, outras nem tanto.

Começando pelas certas. O título aumentou, e muito, a auto-estima da torcida. Assisti ao jogo em Ipatinga-MG e, mesmo numa cidade mais influenciada por times cariocas, houve rojões, gritos e festa pela cidade. Em Santos, palmeirenses fizeram buzinaço na avenida da orla e fecharam a Praça Independência. Em São Paulo, vocês foram testemunhas. Imagino o que aconteceu no esmeraldino interior paulista...

Voltamos a ver camisas verdes nas ruas e pais mais confiantes e entusiasmados em confirmar seus filhos palestrinos.

Outro aspecto certo é a “felicidade” dos patrocinadores. Como para a mídia impera o famoso “Ao vencedor, as batatas” a exposição dos anunciantes do Palmeiras foi enorme. Como os contratos prevêem comissões em caso de título, ainda vai entrar dinheiro “inesperado” no nosso cofre.

Por fim, parece certo, apesar de com prazo de validade, aumentará a tranqüilidade geral da torcida e do elenco. Claro que precisamos com urgência sair da ZR do Brasileiro para não perder a paz muito rapidamente, mas se a amostra do jogo de ontem contra o São Paulo for mantida, a confiança do grupo aumentou bastante. Fazia tempo que o Palmeiras não se portava com tamanho protagonismo num clássico, mesmo em condições desfavoráveis.

Indo agora para o incerto e/ou improvável, primeiramente aparece a questão política. Não parece que a sonhada paz entre as correntes políticas da Pompéia venha apenas por causa da conquista. O processo político palmeirense continua corroído pelo tempo e só profundas reformas (já discutidas em outros posts), solucionarão o problema.

Outro aspecto é a questão do modelo a seguir. Apesar de conquistarmos o título com jogadores comprometidos e menos badalados, ainda tenho a sensação que na primeira oportunidade de alívio de caixa os dirigentes correrão para a grife, apesar dos modelos de sucesso (aqui e nos rivais), apontarem o contrário.

Sempre lembro que essa atitude é amparada pela maioria da torcida, o que realimenta o processo. A sorte, pelo menos na minha opinião, é que o Palmeiras ainda tem sérios problemas financeiros e os Ronaldinhos Gaúchos e Juans da vida vão estourando os caixas dos nossos rivais. Menos mal.

Por fim, valorizar o marketing da conquista não significa fazer uma carreata por São Paulo. Há uma série de ações sérias que já deveriam ter sido estudadas e aproveitar esse mágico momento para o lançamento, mas, exceto pela nova tentativa do Avanti, não vemos mais nada acontecendo.

Enfim, amigos, a torcida tem mais é que extravasar e comemorar o momento. Espero, sinceramente, que essa não seja a postura dos dirigentes. Precisamos “relativizar” a conquista e tratá-la como um brinde, pois, de fato, não fizemos o planejamento correto para merecer o título.

Sei que conquistamos algo que não conquistávamos há muitos anos, mas aproveitamos bem o fato do torneio não ter suas principais forças, fomos beneficiados por eliminações de alguns rivais mais fortes (não temos nada com isso) e fizemos um ótimo final de torneio (últimos 4 jogos), exceto o primeiro tempo de Barueri contra o Coritiba o que foi suficiente para o título.

Excelente. Porém, o que está na mesa para o Palmeiras não é ganhar um título a cada 5 anos, mas voltar a ser protagonista. É esse círculo virtuoso que devemos buscar.

Ainda há muito que fazer. A lista se encontra especialmente nos posts “Nova era?” (jan/11) e a “Dormência do Gigante” (out/nov/2011).

Precisamos aproveitar o lado bom do título e, nem em pensamento, deitar em berço esplêndido por essa conquista que nos foi brindada pela força da camisa e da história. É na “hora boa” que fica mais fácil mexermos com as estruturas.

Aproveitemos.


Por Marcelo, o racional


Título do Palmeiras deixa Tricolor com 'fila soberana' na elite



Por Marcelo Belpiede São Paulo (SP), do gazetaesportiva.net

 

Os são-paulinos encerraram a temporada 2008 com o peito estufado depois da conquista do terceiro troféu consecutivo do Campeonato Brasileiro. Confiante com o trabalho, a diretoria tricolor classificava o clube como “Soberano”, já que naquela ocasião estava na ponta da lista na disputa dos títulos nacionais. Mas, em três anos e meio, tudo mudou.

Primeiro, o São Paulo perdeu a condição de líder do ranking entre os campeões brasileiros, já que os troféus vencidos antes de 1971, no Torneio Roberto Gomes Pedrosa e na Taça Brasil, foram reconhecidos pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Assim, Palmeiras e Santos se tornaram octacampeões nacionais. Ainda por cima, o Tricolor não ganhou mais nada e, depois da recente conquista do Verdão na Copa do Brasil, amarga o maior jejum entre os 12 clubes mais tradicionais do País. Sem dúvidas, o futuro reserva muitas brincadeiras aos amantes da agremiação do Morumbi.

“Eu acho que o São Paulo vai estar pressionado a partir de agora”, reconhece o goleiro Zetti, ídolo do clube principalmente nas inesquecíveis conquistas da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes, em 1992 e 1993.
  
A partir de 2009, ano do início do calvário são-paulino, todos os times considerados grandes foram campeões. O último título de Botafogo e Grêmio veio nos Estaduais de 2010. Para Flamengo e Cruzeiro, houve a volta olímpica nos Regionais de 2011. No mesmo ano, o Vasco faturou a Copa do Brasil. Na atual temporada, Atlético-MG, Internacional, Fluminense e Santos também já ganharam em seus respectivos estados, enquanto o Corinthians vibrou com a Libertadores e, finalmente, o Palmeiras levantou a Copa do Brasil.

Antes mesmo do quadro atual, a reação da torcida do São Paulo já vinha sendo forte. Em função do fracasso tricolor na semifinal da Copa do Brasil contra o Coritiba, jogadores e integrantes da comissão técnica foram hostilizados. Apenas o ídolo Rogério Ceni acabou poupado. A insatisfação também é grande com o presidente Juvenal Juvêncio, classificado por alguns como “ditador” pelas mudanças no estatuto para se reeleger.

“No fundo, o São Paulo sempre teve essa pressão. Atletas que atuam em times grandes, como São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo e Cruzeiro, clubes que montam elencos fortes para vencer, sempre são cobrados. Tanto que vemos frequentes trocas de técnicos quando não aparecem os resultados. São clubes que investem muito”, justifica Zetti.

Se forem contabilizados todos os times da primeira divisão nacional, os rivais podem alegar que apenas o Figueirense (campeão catarinense de 2008) amarga um período maior sem levantar um troféu em relação ao São Paulo. Só que alguns clubes ganharam recentemente títulos sem tanta expressão. A Portuguesa foi campeã da Série B do Brasileiro em 2011, a Ponte Preta faturou o Torneio do Interior de 2009 e, por fim, o Náutico ganhou a Copa de Pernambuco de 2011.

Experiente em relação aos altos e baixos do futebol, Zetti cita que os jogadores do São Paulo podem levar o jejum de conquistas por um lado positivo. Ao técnico Ney Franco, contratado recentemente para retomar as glórias no Morumbi, fica a missão de administrar o quadro instável e ver os rivais Corinthians e Palmeiras garantidos na Libertadores-2013 com antecipação.






BASE CAMPEÃ!

PALMEIRAS É O CAMPEÃO DA COPA BRASIL SUB15 - 2012

Pela primeira vez a equipe conquista o título de campeão da competição


Pela primeira vez na história do Palmeiras, o clube chega tão longe em uma competição de base e conquista o título de CAMPEÃO DA COPA BRASIL SUB15.

A final da competição foi realizada na cidade de Cornélio Procópio e teve a presença do prefeito municipal Amin Hannouche, na entrega das medalhas e troféu de campeão à equipe sub-15 alvi verde.

Enfrentando o Vasco, que também lutava pelo título inédito, embora, já tivessem conquistado em 2007 o vice-campeonato, a partida foi disputada do início ao fim, e teve como grandes motivadores, as torcidas dos dois clubes. A mancha verde de Londrina, também se uniu a torcida que lotou o Ubirajara Medeiros.

Veja algumas imagens e em breve o passo a passo de toda a partida.



sábado, 14 de julho de 2012

FREGUÊS

Palmeiras volta a vencer o Coxa, mas pela Copa do Brasil sub-15


Dois dias depois de final dos profissionais, alviverdes se enfrentam e paulistas levam a melhor mais uma vez: 2 a 1 na semifinal


Por Diego RibeiroSão Paulo - globoesporte.com

O Palmeiras venceu o Coritiba por 2 a 1 nesta sexta-feira, pela semifinal da Copa do Brasil. Desta vez, porém, o jogo foi válido pela categoria sub-15, que terá sua decisão nacional no próximo domingo. A vitória ocorreu apenas dois dias depois de as mesmas equipes terem se enfrentado na categoria profissional – com empate em 1 a 1 e título palmeirense.
 
Com o resultado, o Verdão pega o Vasco na grande decisão da Copa, domingo, na cidade de Cornélio Procópio-PR. O jogo teve grande apoio da torcida do Palmeiras, que foi ao estádio e comemorou a classificação.

A vitória motivou uma série de brincadeiras nas redes sociais, com palmeirenses tratando o Coritiba como “freguês”. Na próxima quinta-feira, Coxa e Palmeiras voltam a se enfrentar na categoria profissional, agora pelo Campeonato Brasileiro.

MAURO BETTING

Palmeiras, nossa vida é você – Onze vezes campeão nacional

Quiseram diminuir o Palmeiras. Fora e dentro do clube. Quiseram demitir Felipão. Fora, dentro, e nas redações. Quiseram minar o grupo com bombas de efeito retardado. Quiseram. Mas não conseguiram. Querer não é poder quando se tem a força de um Palmeiras.

O Palestra é enorme. Maior que os próprios erros. Muito maior que as limitações de banco e de campo. Infinitamente superior aos que acham que o futebol é uma ciência exata. Ou, em alguns casos, uma paixão clubista imprecisa. Gente que acha que o Palmeiras se apequena tem miopia histórica. Gigantes tropeçam. Caem para aprender a se levantar. O clube e o time e a diretoria e a comissão técnica erraram demais nos últimos tristes tempos. Mas nem eles conseguem diminuir paixão tão forte como a que o levou além das limitações. 

O Palmeiras foi grande na Copa do Brasil 2012. Foi Palmeiras. Superou na decisão um Coritiba que pintava como favorito, e até foi melhor na primeira partida, em Barueri – mas perdeu por 2 a 0, na única chance palmeirense na primeira etapa, e, no segundo tempo, na bola parada dinâmica de Marcos Assunção. O Coxa não conseguiu reverter a desvantagem na finalíssima e foi um bravo bivice-campeão da Copa. Perdendo a decisão para um ainda mais bravo bicampeão: o Palmeiras de Felipão. Campeão em 1998 com uma Via Láctea armada pela Parmalat, que daria o passaporte para a Libertadores enfim conquistada em 1999; bicampeão invicto do torneio com um Palmeiras de vacas magras e elenco enxuto. Mas vencedor. Como o clube.

Palmeiras que reconstrói o Palestra e, por ainda estar sem casa, é um time errante e que erra demais. Muitas vezes tem se perdido. Mas se encontra no palmeirense que o acolhe. Ajudando a reencontrar o caminho que ninguém conheceu melhor no século passado. Verdão que estreou em 2012 vencendo duas vezes o Coruripe, mandando o segundo jogo em Jundiaí, em mais um lar de aluguel, onde o time se sentiu em casa pelo palmeirense que não escolhe lugar. Na fase seguinte, com dois gols de Leandro Amaro, eliminou o Horizonte, no Ceará, por 3 a 1, cancelando a volta. Nas oitavas, ganhou bem do Paraná por 2 a 1, em Curitiba, e goleou por 4 a 0, em Barueri. Nas quartas-de-final foi prejudicado pela arbitragem contra o Atlético, no Paraná, no empate por dois gols. Em Barueri, convincente vitória por 2 a 0 sacramentou classificação para as semifinais. 

O Grêmio parecia favorito contra um Palmeiras que começara mal o BR-12 depois de um pífio final de Paulistão. Mas dois gols nos últimos minutos de Mazinho e Barcos em Porto Alegre deixaram o Verdão em ótima condição para decidir em Barueri. Numa partida em que muitos não conseguiram chegar ao estádio, de tanta gente que não tinha mesmo cabimento no pequeno estádio para tamanha paixão, o Palmeiras superou a violência do rival para empatar por 1 a 1 e voltar a uma decisão nacional.

Superando as desconfianças internas e externas como grande que é. Passando do céu ao inferno como Valdivia, que fazia tudo até se perder por nada. Enorme como foi Bruno, da Academia de goleiros palmeirenses. Eficiente como a dupla de zaga protegida por Henrique, testa quente como o coração no Alto da Glória. Letal como a bola parada de mais um Marcos que garantiu a Assunção verde. Decisivo como mais um Mazinho campeão palmeirense. Histórico como um Betinho que só acertou uma bola. A do título. Invicto.

Palmeiras que sofreu com joelho operado de Wesley, com apendicite de Barcos, com tornozelo torcido de Maikon Leite, com Luan se arrastando nos 20 finais, com Henrique superando tudo. Vários nomes muito comuns e ainda mais próprios reescreveram com sangue, dor e amor a história do Palmeiras duas vezes campeão da Copa do Brasil, oito vezes campeão brasileiro, primeiro campeão da Copa dos Campeões. 

Não foi por acaso. Sim por ser Palmeiras.


http://blogs.lancenet.com.br/maurobeting/2012/07/12/palmeiras-nossa-vida-e-voce-onze-vezes-campeao-nacional/

sexta-feira, 13 de julho de 2012

CRÔNICA

Caubóis da Pompeia


Amigo torcedor, amigo secador, se fosse um filme de faroeste, a conquista do Palmeiras, campeão invicto da Copa do Brasil, poderia se chamar "Os Renegados".

Alvo de chacota da imprensa e de pedradas até de parte dos seus próprios fãs, os caubóis da Pompeia se vingaram com o título da nossa taça mais nacional, a única que vai do sertão ao cais, espécie de Coluna Prestes da bola.

Até o discurso da comemoração, você reparou, caro palmeirense, saiu mais para o desagravo, a legítima defesa da honra do grupo, do que para a desabrida alegria da vitória. Muito compreensível. Entendemos a voz empoeirada do velho oeste sem carecer de legenda.

Os caubóis renegados da Pompeia têm pleno direito ao desabafo. Quem acreditava neles? Quase ninguém. E ainda chegaram à decisão com um time em remendos, sem o mago e sem o pirata. Com homens machucados, porém destemidos.

A saga verde foi um autêntico "Meu ódio será sua herança", para citar o filme predileto do meu amigo palmeirense Marcelo Mendez, um cronista basco-nordestino nascido no ABC paulista.

A Copa do Brasil, assim como a vida, é mata-mata. Um torneio onde os fracos não têm vez, agora lembrando a brutalidade do maior faroeste moderno, o dos irmãos Cohen. Cada jogador do Palmeiras foi um Anton Chigurh, o matador interpretado pelo espanhol Javier Bardem, nessa jornada.

Sim, eu poderia estar aqui exaltando o futebol-arte, o fino da bola. Não vem ao caso. O triunfo do Palmeiras é de outra natureza. É de bravura. Nem por isso deve deixar de ser celebrado. A coragem talvez seja o maior luxo da condição de ser homem.

Só perde, talvez, para a vergonha na cara. Os renegados da Pompeia souberam dosar as duas qualidades. Mesmo sob chuva de balas não fugiram ao duelo sob o sol das contrariedades. Bravos.
Ah, como poderia esquecer, uma vez que o assunto é o fantástico mundo do faroeste ""talvez a maior metáfora da nossa gloriosa existência. Como esquecer que o técnico Felipão, dublê de Gene Hackman, fez, na Copa do Brasil, o papel de o xerife de "Os Imperdoáveis", a fita genial do velho Clint Eastwood.

Para quem enfrenta uma confusão caseira sem limites e muitas dificuldades técnicas e humanas, o título do Palmeiras vai ficar na história como uma bíblia, um exemplo. Perto dessa conquista, toda prateleira da autoajuda agora é nada.

Parabéns, destemidos caubóis esverdeados!


Xico Sá

O TÍTULO É DO PALMEIRAS!


Caros amigos,

Esse é o primeiro título conquistado pelo Palmeiras na era Prisco Palestra. Que alegria! Como o Palestra nos faz bem!

Entretanto, vinte e quatro horas após a conquista, o racional tem de voltar a si...

Primeiramente, este escriba fica muito feliz com a “forma” que o título foi conquistado. Os desacreditados e muitas vezes humilhados e até agredidos jogadores do Palmeiras, apesar de muita desconfiança, trouxeram o caneco para a casa.

Esse título rompe com algumas “verdades”:

1 – O Palmeiras só ganha quando tem times superiores.

2 – O Palmeiras só ganha se tiver parceria (e, portanto, suportar loucuras financeiras).

Que, de uma vez por todas, a coletividade entenda que jogadores comprometidos podem, sim, trazer bons frutos para nós. Prefiro mil vezes um Juninho dizendo que “comeria grama para ver o Palmeiras campeão”, um Luan que jogou com uma perna, um Bruno que chora copiosamente ainda com o jogo andando porque é um legítimo palestrino a um Lincoln que anda em campo e a um Valdivia que joga 15% de suas partidas. Definitivamente, entrega e resultados, pelo menos no futebol, não está respeitando correlação com o contra cheque.

Evidentemente, nada na vida precisa ser levado a ferro e fogo. É óbvio que o time do Palmeiras precisa de mais qualidade e de contratações. Entretanto, clamo para que as próximas contratações coloquem como prioridade, sempre, o caráter, o interesse, a necessidade do jogador em vestir a gloriosa camisa alviverde. Juntar todos esses fatores com qualidade técnica não é impossível. Há vários exemplos (como o rival campeão). A grife é a lei do menor esforço. O dirigente lava a mão, a torcida cobra menos, o caixa estoura e o clube afunda. Que tenhamos, de uma vez por todas, aprendido.

Outro ponto que gostaria de abordar é a super valorização do técnico na conquista. Não, Felipão, o título não é seu. Você tem, claro, sua importância, mas ele não é seu. É do Palmeiras. Os jogadores corretamente exaltados por você na coletiva de quarta foram, em janeiro, chamados de antônimos de “camarão”. Esses jogadores, caro Felipão, motivaram-no a dar uma entrevista inoportuna após a vitória contra o Paraná e dizer que a diretoria deveria estar junto nessa m...

O grande mérito do nosso treinador foi, após 2 anos de trabalho, ter achado um lugar para o Henrique nas semifinais do torneio. Belíssima sacada, mas, na minha opinião, pouco para decretarmos que o título é o Felipão.

É difícil (ou racional demais, rs) fazer algum contra ponto ao treinador que tem enorme carisma com a torcida e numa atitude inteligente, populista e de coração (ou todas juntas) pega a taça e comemora com a arquibancada.

É fato que só ele ganhou a Copa do Brasil. É fato também que todo o azar que tivemos “extra-campo” como contusões, cirurgias, seqüestros, etc., tivemos na mesma medida dentro de campo. Os dois gols contra o Grêmio no final e o surreal primeiro tempo da decisão em Barueri, nos brindaram com algo que parecia que tinha nos abandonado para sempre.

Com o time completo (algo que, sendo sincero, quase não aconteceu na Copa do Brasil), o Palmeiras joga abaixo do seu potencial. O time, exceto em bolas paradas, apresenta muito, muito pouco. São poucas variações táticas e, pelo que se sabe dos treinamentos, pouca inovação.

Sendo assim, Felipão, você teve importância, sim. Você conseguiu, depois de muito tempo, unir o grupo contigo. Achou um lugar para o Henrique. Usou bem o elenco que tinha. Afastou-se do conflito diário após a chegada do Sampaio. Parabéns! Era o que esperávamos de quem ganha o que você ganha e da idolatria que essa torcida te proporciona (pelo período 97-00, esse sim, de grandes contribuições).

Entretanto, “dar” o título para você, seria diminuir esse grupo questionado por tudo e por todos.
Esse título é do Palmeiras! É da camisa! É da história!


Por Marcelo, o racional.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

DESACREDITADOS


Parabéns, desacreditados!!
Bruno, Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Leandro Amaro) e Juninho, Henrique, Marcos Assunção, João Vitor (Márcio Araújo) e Daniel Carvalho (Luan), Mazinho e Betinho.
Sem parceiros, sem medalhões!
“Só” a camisa. A camisa!! A NOSSA camisa!!!
Obs.: Análises Racionais só quando a adrenalina baixar!
Obrigado, PALMEIRAS!!!


Por Marcelo, o racional