terça-feira, 25 de setembro de 2012

O DNA da crise, Belluzzionismo e Kleina

 
Caros amigos,
Como vocês já devem ter percebido, meus “posts”procuram trazer para debate aspectos pouco comentados na imprensa, visões diferentes, sem, evidentemente, deixar se levar pela emoção, para não trair a alcunha.
Em linha com essa intenção, é lugar comum culpar a diretoria pela crise do Palmeiras. Obviamente, concordo com essa tese, tanto que ao final do mandato em janeiro, abordaremos esse assunto revisitando o post “Nova Era? (jan/2011)” onde apontávamos as prioridades dessa administração. Antecipo que salvo algum terremoto, essa gestão é pífia.
Entretanto, penso que não é só isso. A torcida também tem sua parte e nos últimos dez dias, tivemos mais um exemplo. No penúltimo domingo, no clássico, dois lances agudos, ajudaram a definir a partida. Primeiro, João Vitor perde uma bola boba no meio de campo, é desarmado e o rival marca um gol. Posteriormente, Valdivia, sem ninguém, quase na pequena área, perde um gol de cabeça inacreditável. O resultado todos sabem. João Vitor não foi relacionado para a partida, alegou ameaças, etc, etc. Já Valdivia foi escalado em Florianópolis e protagonizou um dos lances mais estúpidos e imbecis que vi na minha vida esportiva. Nunca presenciei um caso de sabotagem tão grande, mesmo com 2 companheiros (Marcio Araujo e Assunção) pedindo para ele sair dali.
Muito engraçada a diferença de comportamento. João Vitor, de salário baixo, foi fundamental para a conquista da Copa do Brasil. Refez-se da pancada (em sentido literal) que levou da torcida (!!) no ano anterior, firmou posição desde março e fez partidas com atuações importantes, especialmente nos 4 últimos jogos do torneio nacional. Provavelmente, por nunca ter chutado o ar e ter feito gracinhas para rivais, foi praticamente “expulso” do clube. Com Valdivia, nem parece a mesma torcida. Apesar dos ganhos astronômicos (40% a mais que o NOVO contrato do Ganso!!!!), a torcida não tem a mesma impaciência. Continua desfilando suas suspensões por cartões e contusões. Adicionalmente, um número impressiona. Nesse Brasileiro, até agora, Valdivia não fez NENHUM gol e NENHUMA assistência. Porém, tudo bem. Segue reclamando do árbitro e dando entrevistas polêmicas. Com o apoio da coletividade, claro. Com sorte ele faz algum gol de pênalti no final e muitos dirão que ele foi fundamental para escaparmos do rebaixamento...
Penso que isso explica boa parte do Palmeiras pós 76 (sem apoio do dinheiro dos italianos) e pós Parmalat. O amor cego pela grife não motiva dirigentes (que já não são muito competentes) a fazer o que é correto. Como exemplo, interessante como as “estrelas” do Belluzzionismo estão caindo um a um, deixando estragos nos cofres e pouco retorno ao clube. Os casos mais emblemáticos são Kleber, o Traidor e Felipão. Falta o Valdivia, que deve acontecer em breve. Temos sempre de voltar a esse assunto pois o que ocorre em 2012 não é reflexo de 2012, mas ainda do “all-in” financeiro que tentamos em 2009/2010. Procuro sempre lembrar, pois penso que essa ciranda está levando o Palmeiras a essa “crise sem fim”.
Em relação ao Kleina, penso que foi uma boa contratação. Aparentemente, tem fome de crescer na carreira e ganhar dinheiro. Aparentemente, também, trabalha sério dentro de campo, não terceirizando funções para auxiliares. Seus últimos trabalhos foram bons. Se somarmos isso à falta de nomes no mercado, penso que a diretoria acertou aqui. Caberia (no infinitivo, pois não acredito tanto) à torcida ter paciência com seu trabalho. Se tiverem 10% da paciência que tiveram com o Felipão já está bom. Pode fazer um bom trabalho. Vamos torcer e, se por acaso cair, “a Cezar o que é de Cezar”.
Marcelo, o Racional

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Tá difícil



Caros amigos,

Nos últimos dias, tivemos uma chuva de notícias (no âmbito do futebol) que mostram que ainda é muito difícil pensar o esporte bretão tupiniquim de forma racional. Azar de quem possui a alcunha...Enfim, vamos a elas:

1 – Mauro Cezar Pereira, em texto brilhante, diz que o Santos tem aproveitamento de G4 com Neymar e de Z4 sem Neymar. O clube faz um esforço monstruoso para manter o jogador no Brasil, mas como os gênios administradores não mexem no calendário (adequando ao padrão mundial), o Santos não pode usar seu jogador. Na prática, o Santos não deve ganhar nada pela transferência em 2014 e, aparentemente, não deve ganhar títulos relevantes pois ano que vem tem Copa das Confederações e, em 14, a Copa do Mundo. Logo, o Neymar não pode jogar. Brilhante, não?

2 – Paulo Henrique Ganso se recusa a cumprir seu contrato e, nesse país, a obrigação fica só com o clube. O Palmeiras contratou o Valdivia por R$ 500 mil. Hoje, parece claro que o valor é astronômico. O Palmeiras pode chamar o jogador e reduzir o salário alegando poucos jogos atuados e baixa performance? Não. Porém, se o jogador acha que vale mais que o salário atual ele usa de toda a forma de boicote para sair do clube e buscar aumento em outro lugar, vide Kleber, o traidor. Para o jogador tudo, para o clube nada. Como um clube dá um “passa-moleque” no outro o círculo vicioso se completa. Interessante, não?

3 – Cristovão Borges cai no Vasco. Apesar de ganhar apenas R$ 30 mil foi demitido por desgaste de trabalho de um ano. Como resultado ele manteve o mediano time do Vasco da Gama no G4 por 48 rodadas, repito, QUARENTA e OITO rodadas. Por não ter grife e oba-oba da mídia, a míope torcida pede o cabeça e o despreparado dirigente aceita. Bacana, não?

4 – A Rede Globo oferece 70% de aumento para os clubes que aceitarem assinar o contrato pelo triênio 2015/2017. A esmagadora maioria aceitará. Sendo assim, como apontou o brilhante PVC, o Corinthians ganhará R$160 MM/ano  enquanto o Palmeiras ganhará R$ 110 MM/ano. Será, se não aumentar mais, meio bilhão de reais de diferença de ganho em uma década. Vai dar para competir? Qual a ação dos outros clubes? Vamos virar uma Espanha? Assustador, não?

5 – O técnico mais bem pago do Brasil caminha a passos largos para a segunda divisão apesar de parecer claro que ele não possui um dos 4 piores elencos do Brasil. Seria o caso de, no mínimo, cobrança forte da diretoria, certo? Não, pelo contrário. É oferecido uma prorrogação de 3 anos no contrato com o mesmo salário astronômico? Intrigante, não?

6 – O Brasil joga em São Paulo. Com 2 minutos, repito DOIS minutos, os primeiros apupos. Com 5 minutos o primeiro pedido de jogador. A Globo filma a torcedora vaiando e depois gargalhando. Virou moda e folclore. São Paulo vaia a seleção com Parreira, Leão, Luxemburgo, Dunga, Mano, etc...Epagam R$ 80,00, no mínimo, para isso. Inteligente, não?

Enfim, como diria Ovelha: - “Pare o mundo que eu quero descer”

Por Marcelo, o Racional

domingo, 2 de setembro de 2012

O melhor emprego do mundo

                
Caros amigos,
Após férias, voltamos ao blog de nosso amigo Prisco.
Ao que parece, o Palmeiras inova novamente. Em apenas 45 dias, o clube “apaga” a conquista de um título nacional, a torcida“murcha” novamente, a pressão volta, etc.
Mais uma vez, é impressionante o que ocorre com o nosso técnico, feito de Teflon, uma espécie de Lula da Pompéia. Antes de mais nada, sem dúvida, ele tem o melhor emprego do mundo. Com inveja (queria que acontecesse comigo também), vejo que ele ganha muito bem. Mais que isso, quando ganha, o mérito é todo dele. Ainda está bem guardado na minha memória a ESPN Brasil, uma hora depois do título mostrando uma reportagem com a carreira do Felipão. Não, não revimos a história do Palmeiras. Revimos a do técnico. Quando perde, a culpa é dos jogadores, diretoria, estrutura e fofocas. Um show!! Como seria bom se tivesse isso no meu trabalho. Quando bato as metas sou eu, quando não bato são os meus funcionários. Mas, não adianta sonhar, isso só ocorre no mundo encantado do futebol, em especial, no mundo encantado do Palmeiras.
Evidentemente, reconheço que o técnico teve problemas externos, principalmente ligados a contusão. Entretanto, nada, nada, nada justifica não estarmos, pelo menos, na 16ª posição. Pior que isso, não estamos aproveitando esse estranho campeonato de 2012, onde o aproveitamento do 16ºcolocado é o mais baixo de todos os tempos. Difícil afirmar, mas levo como hipótese até questão de relacionamento, problema de vestiário mal resolvido. Reconheço que não temos time para ficar no G4, mas na ZR, é dose.
Procurando ver o lado positivo, sentia na coletividade em geral, até ontem ao menos, que era uma questão de tempo o atual campeão da Copa do Brasil sair da ZR. Era encarado como algo natural que aconteceria mais cedo ou mais tarde. Depois de ontem, acabou. Ficou claro, até para quem não queria enxergar, que a água já está chegou ao pescoço. A reação precisa começar já com o Grêmio, apesar do bom momento do time do Sul.
Mudando de assunto, uma coisa me intriga e é tratado com naturalidade pela despreparada imprensa esportiva. Que todos me desculpem, mas as contusões não podem ser explicadas pela Copa do Brasil. Como todos os times, o Palmeiras jogou com time reserva no Brasileirão (exceto em um jogo com o Figueirense). Além disso, esse torneio não previu nenhuma longa viagem (praticamente só PR e RS). Mais que isso, onze contundidos?? É um absurdo. Cadê o preparador físico? Os treinamentos são os indicados? Os jogadores estão se cuidando? Afinal, a grande maioria é jovem. Cadê o comando?
Com a palavra, Tirone, Frizzo e Sampaio.