segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Título e suas Consequências


Caros amigos,

Passados 5 dias do nosso título e com a adrenalina mais baixa, já é possível fazer uma projeção das conseqüências do título palestrino. Penso que algumas são certas, outras nem tanto.

Começando pelas certas. O título aumentou, e muito, a auto-estima da torcida. Assisti ao jogo em Ipatinga-MG e, mesmo numa cidade mais influenciada por times cariocas, houve rojões, gritos e festa pela cidade. Em Santos, palmeirenses fizeram buzinaço na avenida da orla e fecharam a Praça Independência. Em São Paulo, vocês foram testemunhas. Imagino o que aconteceu no esmeraldino interior paulista...

Voltamos a ver camisas verdes nas ruas e pais mais confiantes e entusiasmados em confirmar seus filhos palestrinos.

Outro aspecto certo é a “felicidade” dos patrocinadores. Como para a mídia impera o famoso “Ao vencedor, as batatas” a exposição dos anunciantes do Palmeiras foi enorme. Como os contratos prevêem comissões em caso de título, ainda vai entrar dinheiro “inesperado” no nosso cofre.

Por fim, parece certo, apesar de com prazo de validade, aumentará a tranqüilidade geral da torcida e do elenco. Claro que precisamos com urgência sair da ZR do Brasileiro para não perder a paz muito rapidamente, mas se a amostra do jogo de ontem contra o São Paulo for mantida, a confiança do grupo aumentou bastante. Fazia tempo que o Palmeiras não se portava com tamanho protagonismo num clássico, mesmo em condições desfavoráveis.

Indo agora para o incerto e/ou improvável, primeiramente aparece a questão política. Não parece que a sonhada paz entre as correntes políticas da Pompéia venha apenas por causa da conquista. O processo político palmeirense continua corroído pelo tempo e só profundas reformas (já discutidas em outros posts), solucionarão o problema.

Outro aspecto é a questão do modelo a seguir. Apesar de conquistarmos o título com jogadores comprometidos e menos badalados, ainda tenho a sensação que na primeira oportunidade de alívio de caixa os dirigentes correrão para a grife, apesar dos modelos de sucesso (aqui e nos rivais), apontarem o contrário.

Sempre lembro que essa atitude é amparada pela maioria da torcida, o que realimenta o processo. A sorte, pelo menos na minha opinião, é que o Palmeiras ainda tem sérios problemas financeiros e os Ronaldinhos Gaúchos e Juans da vida vão estourando os caixas dos nossos rivais. Menos mal.

Por fim, valorizar o marketing da conquista não significa fazer uma carreata por São Paulo. Há uma série de ações sérias que já deveriam ter sido estudadas e aproveitar esse mágico momento para o lançamento, mas, exceto pela nova tentativa do Avanti, não vemos mais nada acontecendo.

Enfim, amigos, a torcida tem mais é que extravasar e comemorar o momento. Espero, sinceramente, que essa não seja a postura dos dirigentes. Precisamos “relativizar” a conquista e tratá-la como um brinde, pois, de fato, não fizemos o planejamento correto para merecer o título.

Sei que conquistamos algo que não conquistávamos há muitos anos, mas aproveitamos bem o fato do torneio não ter suas principais forças, fomos beneficiados por eliminações de alguns rivais mais fortes (não temos nada com isso) e fizemos um ótimo final de torneio (últimos 4 jogos), exceto o primeiro tempo de Barueri contra o Coritiba o que foi suficiente para o título.

Excelente. Porém, o que está na mesa para o Palmeiras não é ganhar um título a cada 5 anos, mas voltar a ser protagonista. É esse círculo virtuoso que devemos buscar.

Ainda há muito que fazer. A lista se encontra especialmente nos posts “Nova era?” (jan/11) e a “Dormência do Gigante” (out/nov/2011).

Precisamos aproveitar o lado bom do título e, nem em pensamento, deitar em berço esplêndido por essa conquista que nos foi brindada pela força da camisa e da história. É na “hora boa” que fica mais fácil mexermos com as estruturas.

Aproveitemos.


Por Marcelo, o racional


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