sexta-feira, 13 de julho de 2012

O TÍTULO É DO PALMEIRAS!


Caros amigos,

Esse é o primeiro título conquistado pelo Palmeiras na era Prisco Palestra. Que alegria! Como o Palestra nos faz bem!

Entretanto, vinte e quatro horas após a conquista, o racional tem de voltar a si...

Primeiramente, este escriba fica muito feliz com a “forma” que o título foi conquistado. Os desacreditados e muitas vezes humilhados e até agredidos jogadores do Palmeiras, apesar de muita desconfiança, trouxeram o caneco para a casa.

Esse título rompe com algumas “verdades”:

1 – O Palmeiras só ganha quando tem times superiores.

2 – O Palmeiras só ganha se tiver parceria (e, portanto, suportar loucuras financeiras).

Que, de uma vez por todas, a coletividade entenda que jogadores comprometidos podem, sim, trazer bons frutos para nós. Prefiro mil vezes um Juninho dizendo que “comeria grama para ver o Palmeiras campeão”, um Luan que jogou com uma perna, um Bruno que chora copiosamente ainda com o jogo andando porque é um legítimo palestrino a um Lincoln que anda em campo e a um Valdivia que joga 15% de suas partidas. Definitivamente, entrega e resultados, pelo menos no futebol, não está respeitando correlação com o contra cheque.

Evidentemente, nada na vida precisa ser levado a ferro e fogo. É óbvio que o time do Palmeiras precisa de mais qualidade e de contratações. Entretanto, clamo para que as próximas contratações coloquem como prioridade, sempre, o caráter, o interesse, a necessidade do jogador em vestir a gloriosa camisa alviverde. Juntar todos esses fatores com qualidade técnica não é impossível. Há vários exemplos (como o rival campeão). A grife é a lei do menor esforço. O dirigente lava a mão, a torcida cobra menos, o caixa estoura e o clube afunda. Que tenhamos, de uma vez por todas, aprendido.

Outro ponto que gostaria de abordar é a super valorização do técnico na conquista. Não, Felipão, o título não é seu. Você tem, claro, sua importância, mas ele não é seu. É do Palmeiras. Os jogadores corretamente exaltados por você na coletiva de quarta foram, em janeiro, chamados de antônimos de “camarão”. Esses jogadores, caro Felipão, motivaram-no a dar uma entrevista inoportuna após a vitória contra o Paraná e dizer que a diretoria deveria estar junto nessa m...

O grande mérito do nosso treinador foi, após 2 anos de trabalho, ter achado um lugar para o Henrique nas semifinais do torneio. Belíssima sacada, mas, na minha opinião, pouco para decretarmos que o título é o Felipão.

É difícil (ou racional demais, rs) fazer algum contra ponto ao treinador que tem enorme carisma com a torcida e numa atitude inteligente, populista e de coração (ou todas juntas) pega a taça e comemora com a arquibancada.

É fato que só ele ganhou a Copa do Brasil. É fato também que todo o azar que tivemos “extra-campo” como contusões, cirurgias, seqüestros, etc., tivemos na mesma medida dentro de campo. Os dois gols contra o Grêmio no final e o surreal primeiro tempo da decisão em Barueri, nos brindaram com algo que parecia que tinha nos abandonado para sempre.

Com o time completo (algo que, sendo sincero, quase não aconteceu na Copa do Brasil), o Palmeiras joga abaixo do seu potencial. O time, exceto em bolas paradas, apresenta muito, muito pouco. São poucas variações táticas e, pelo que se sabe dos treinamentos, pouca inovação.

Sendo assim, Felipão, você teve importância, sim. Você conseguiu, depois de muito tempo, unir o grupo contigo. Achou um lugar para o Henrique. Usou bem o elenco que tinha. Afastou-se do conflito diário após a chegada do Sampaio. Parabéns! Era o que esperávamos de quem ganha o que você ganha e da idolatria que essa torcida te proporciona (pelo período 97-00, esse sim, de grandes contribuições).

Entretanto, “dar” o título para você, seria diminuir esse grupo questionado por tudo e por todos.
Esse título é do Palmeiras! É da camisa! É da história!


Por Marcelo, o racional.


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