terça-feira, 24 de julho de 2012

Felipe x Valdivia

                             
Caros Amigos,

Esta semana colocará, mais uma vez, a diretoria do Palmeiras à prova. Numa atitude (tomara que esteja enganado) parecida com a de Kleber, o Traidor, Valdivia vai à imprensa para repercutir a questão da proposta do mundo árabe, com respostas evasivas, insinuando que quer ficar, pero no mucho, abordando a questão da família, etc, etc.

Nos jornais de hoje, Sampaio se diz surpreso com as declarações e teremos uma semana de afirmações e desmentidos.

Ontem, outra notícia “interessante”. O Palmeiras se desfez do jovem Felipe, após ótimo Campeonato Paulista pelo Mogi, vendendo-o ao Atlético-PR.

Penso que as duas notícias ainda apontam pelo antigo resquício de diretores e torcida pelo amor à grife.

No primeiro caso, temos um jogador que veio por uma fortuna. Mais que isso, ganhando impressionantes R$ 500 mil/mês ou, se preferirem, mais que 3 vezes do que ganha PH Ganso. A fortuna de sua contratação não foi paga ainda. Devemos ao Banco Banif. Os salários foram integralmente honrados. Desde então (jul/2010), o Palmeiras gastou R$ 12 MM em salários ao jogador ou, se preferirem, 2/3 do que a Kia nos paga por ano.

Esses números superlativos não se mostraram dentro de campo. Devido uma série de contusões, o chileno participou de pouquíssimos jogos e, com pouco destaque. Nesse ano, tudo igual, até que um gol contra o Grêmio“muda” o panorama. Palmeirenses bradam que ele classificou o Palmeiras. Na minha opinião, um flagrante equívoco. O que classificou o Palmeiras foi a (na época) improvável vitória contra o Grêmio em Porto Alegre com destaque para João Vitor, o agredido e Mazinho, o desacreditado, além de Henrique que fez uma senhora partida em Porto Alegre. Nesse jogo, nosso“craque”, alegou problemas psicológicos e não jogou.

No segundo tempo do segundo jogo, de fato, fez um gol, mas, nesse jogo a defesa do Palmeiras foi irrepreensível novamente.

Na final, em Barueri, após o abraço em Felipão os holofotes estavam em cima do nosso “craque”. Após perder 3 bolas no meio de campo e armar contra ataques não aproveitados de forma surreal pelo nosso adversário, a sorte o brindou com a oportunidade de bater um pênalti aos 45 minutos, bem convertido. No intervalo, os comentários eram que Valdivia, agora, ia deslanchar. Porém, alguns minutos depois uma expulsão estúpida, para dizer o mínimo e, por conseqüência, fora da grande final em Curitiba.

Pegando o torneio completo, pouca diferença. Não participou de nenhum jogo da primeira e segunda fase (Coruripe e Horizonte). Sua estréia foi em 25/04, contra o Paraná (fez o jogo de volta também) e jogou os 2 jogos contra o Atlético-PR.

Enfim, para a maior parte da torcida, o gol contra o Grêmio justifica os R$ 12 MM de salários mais a dívida com o Banif. Para mim, não. Além disso, parece querer forçar um aumento (aproveitando o bom momento com a torcida) para continuar no clube. Se estivesse no comando do clube (sei que muitos dirão: “Ainda bem que não está”...rs), aceitaria correndo a proposta e, com a folga de caixa, poderia repor com jogadores maiscomprometidos e até com certo nome, pois, com R$ 500mil dá para fazer muita coisa.

Postura bem diferente a diretoria e parte da torcida teve com o jovem Felipe. Tive a oportunidade de assistir a um jogo completo dele pelo Mogi Mirim contra o Bragantino no estádio. Belo jogador. Porém após um jogo inteiro e quatro jogos parciais, está atestado: “O garoto não tem condições de vestir o manto palmeirense”. “Sentiu a pressão”,dizem alguns. “É jogador de time pequeno”, dizem outros. Fim. Decretado que o jovem, promissor, barato e com potencial de retorno técnico e financeiro no futuro, está fora da Pompéia. Sem apelação.

De certa maneira, lembra o processo de fritura que o goleiro Bruno passou até a partida contra o Grêmio. Ainda bem, depois de monstruosas atuações em jogos importantes, parece que as cornetas estão mais silenciosas. Felipe não teve a mesma sorte. Impossível dizer se Felipe iria se tornar um grande jogador, porém, fica claro a diferença de tratamento entre a grife e o desconhecido. Não somos capazes de esperar 5 jogos por um jogador de R$ 30 mil e esperamos 2 anos por um de R$ 500 mil.

Definitivamente, não me parece inteligente.

Como ressaltado em outro post, que bom que ganhamos a Copa do Brasil sem os medalhões. Talvez seja o começo de uma nova mentalidade, apesar da recaída dessa semana.

Foco na Sul Americana!!


Marcelo, o racional.

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