A semana anterior foi contundente. No meio de semana, o maior jogo do século no Brasil. Depois, Neymar e Lucas negam propostas astronômicas no exterior. Se aliarmos isso ao fato que, na Copa América, muitos jogadores circulavam por gramados brasileiros, incluindo as maiores estrelas, e a vinda de estrelas para o Brasil desde 2008, dá para afirmar que alguma coisa mudou.
Penso que os principais fatores estão ligados ao crescimento econômico do Brasil e a queda da atividade na Europa. Hoje, através de “jogadas de marketing” paga-se mais de R$ 1 milhão por mês ao Neymar, algo muito parecido com o que se paga lá fora. Outra razão é o câmbio valorizado no Brasil e, a terceira, o aumento espantoso nas receitas de patrocínio e TV dos clubes.
Já somos a Europa da América do Sul. Trazemos jogadores desse continente com facilidade absurda. O jornalista PVC, que foi à Argentina cobrir a Copa América, disse que o que se paga pelo patrocínio central de camisa na Argentina é o que se paga apenas pelas mangas no Brasil.
Se analisarmos os fatores acima, exceto o câmbio que é imprevisível, nada leva a crer que as coisas mudem pelo menos na próxima década (sendo que teremos uma Copa no meio do caminho). Então o que falta?
Infelizmente, ainda muito. Primeiro, seria interessante montar uma liga no estilo da Inglesa e/ou da NBA para “vender” melhor tudo o que cerca o espetáculo, desde transmissão, produtos, qualidade de estádios e gramados. Isso só aconteceria com a profissionalização dos clubes.
Além disso, adequar nosso calendário ao Europeu para permitir que clubes brasileiros façam o que os europeus estão fazendo agora, ou seja, excursionando no mundo, vendendo a marca e aumentando o número de torcedores mundo afora.
Montar jogos em horários adequados para o fuso europeu certamente atrairia o apaixonado pelo futebol do Velho Continente ligar sua TV para assistir nosso campeonato que, se não é o melhor, é o mais equilibrado do planeta.
Não podemos nos iludir. O espetacular jogo Santos x Flamengo só aconteceu porque o gramado estava impecável e grandes jogadores estavam atuando. Imaginem o jogo no gramado do Engenhão e o meio de campo do Santos com Rodrigo Possebon armando a jogada?
Enfim, uma oportunidade de ouro se abre para o nosso futebol. Apesar de tudo, sou um otimista. Penso que mesmo que não façamos o que tem de ser feito, só a entrada de mais recursos vai elevar nosso patamar.
Mesmo que numa velocidade muito, muito reduzida, já caminhamos um pouco. Não temos mais “viradas de mesa” e o campeonato brasileiro tem a melhor fórmula de disputa há 9 temporadas.
E se fizéssemos o que está na cara? Com a palavra o comando do futebol brasileiro.
Por Marcelo, o racional
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