segunda-feira, 11 de julho de 2011

Força, Presidente!! Forza, Palmeiras!!

O episódio Kleber, além do que discorreremos a seguir, carrega um simbolismo ímpar. É mais uma oportunidade para o Palmeiras escolher entre 2 tradicionais caminhos, a saber, o de curto prazo, que dá alívio imediato, ajuda a ficar “de bem”com a torcida, elimina a responsabilidade da decisão do dirigente(afinal, a torcida pedia...) o que, de certa maneira, diminui o compromisso com o acerto e transforma a expressão planejamento de longo prazo para algo como resultado das últimas três rodadas. Infelizmente, na minha opinião, esse pensamento norteou os dirigentes do Palmeiras desde o final dos anos 70 e teve o auge na administração passada (exceto no hiato da Santa Parmalat).

O outro caminho, por definição, é mais penoso. Remar contra a maré, ouvir críticas ácidas, enfrentar interesses, mas, por outro lado , significa resgatar o que deveria ser a principal função do dirigente que é tomar decisões racionais, pensar num clube grande sempre e não só no campeonato atual e recuperar o orgulho e altivez de uma instituição centenária e que não se ajoelha por qualquer dificuldade, haja visto o episódio que culminou com a “Arrancada Heroica”, onde dirigentes e torcedores mantiveram “na marra”a existência do nosso amado clube, à época, vivendo grande perigo por oportunistas que se aproveitaram de uma desculpa geopolítica para acabar com o Palestra. Perto disso, o caso Kleber não significa nada.

Na verdade, nada, significa Kleber. ..

Vamos aos fatos.  O contrato de um jogador com um clube é, no limite, uma relação comercial e poucas relações comerciais são tão cercadas de incertezas como a performance futura do jogador de futebol e é exatamente por isso que existe um contrato que preserva as DUAS partes. Exemplificando: O Palmeiras pagou cerca de R$ 5 MM ao Pedrinho (vulgo, Podrinho) em salários. Penso que não há dúvidas que foi um péssimo “negócio”para o Palmeiras. Posso citar mais recentemente os casos de Mozart e Lincoln que ganharam/ganham salários que ficaram longe de serem justificados dentro de campo. Fica a pergunta: Caso o Palmeiras procurasse os jogadores para propor uma redução de salário NO MEIO DO CONTRATO VIGENTE, justificando uma performance baixa dentro de campo, qual seria o desfecho? No máximo, um sorriso irônico do empresário do jogador...Então, porque temos de dar aumento NO MEIO DO CONTRATO VIGENTE, quando a situação se inverte? Dá vontade de pedir para o Kleber convencer o Valdivia a reduzir seus salários...

A rigor, o caso Kleber nem se enquadra na lógica acima. Entendo que ele já é muito bem remunerado pelo que vem apresentando em campo. Alguns argumentam que é um absurdo ele ganhar menos que o Lincoln. Contra argumento que a solução é mandar o Lincoln embora (na verdade emprestá-lo, pagando os salários, porque o contrato assim NOS obriga) e não aumentar o salário dele...Aliás, o Lincoln é mais um exemplo da (má) gestão Belluzzo, que destruiu os cofres e o futuro do clube em atitudes desse tipo.

Continuando, caso o jogador entenda que mereça ganhar mais, há uma multa rescisória. Simples. É esse valor que reequilibra o mercado, a oferta e a demanda. É isso que motivou o Santos, por exemplo, a aumentar o salário do Neymar. Havia o receio que a multa estava baixa e, com isso, o clube teria o prejuízo da perda do jogador, além, claro, de menos euros entrando nos cofres...

No caso do Kleber, em nenhum momento, o Flamengo e/ou o jogador se dispôs a pagar a multa e o motivo é óbvio. O jogador não vale isso – diferentemente do Neymar que tem uma multa de € 45 MM e, aparentemente, tem clube interessado.

Então ficamos assim. Se o jogador achar que ganha pouco mas e não quer pagar a multa, põe uma espada no pescoço da diretoria, se aproveita de uma pseudo-idolatria da torcida e, através de uma atitude canalha e covarde (afinal, dor não se mede), põe o clube na berlinda para se virar em conseguir recursos financeiros para manter o cidadão “motivado” com um novo contrato.

Presidente Tirone, confesso que não apoio sua corrente política, mas torço demais pelo sucesso de sua gestão. Escolha o caminho aparentemente mais difícil, mas preze em respeitar a HONRA da Sociedade Esportiva Palmeiras. Não se rebaixe. Não conceda R$ 0,01 de aumento ao jogador. Perder o jogador é um custo pequeno, tendo em vista o risco de humilhar ainda mais nossa amada instituição e mostrar para os outros 30 jogadores que no Palmeiras essa atitude dá retorno. Teremos dificuldades num primeiro momento, mas, tenho certeza, no médio prazo, muitos apoiarão sua atitude e ela pode ser um divisor de águas para começarmos a recuperar o respeito que o PALESTRA merece.

Para terminar, Kleber, pode ir embora. Raça, o meu clube consegue com outro jogador. Pena que caráter você não terá onde buscar.

Por Marcelo, o Racional.

2 comentários:

  1. O Sr. Marcelo começou racional como sempre e terminou emotivo como nunca! No mais, 100% de acordo.

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  2. Ahahahahahahah!
    Mas a editoria de Prisco Palestra concorda inteiramente com a tese

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