quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Dormência do Gigante - Diretoria Visão Médio Prazo

Caros amigos,

Como não começar por esse item? É evidente que a classe dirigente do clube tem enorme parcela de responsabilidade pelo “apequenamento” do Palmeiras nos últimos 35 anos (exceto, claro, o hiato da Santa Parmalat). Para isso, vou revisitar um post publicado em 20/01, quando da eleição do nosso novo presidente. Na época elencávamos 10 prioridades para o novo mandatário. Vamos checar o que foi feito?

Como mencionei em textos passados, preferiria que o vencedor de ontem fosse o Paulo Nobre. Não deu. Por mais que doa dizer, o fato é que, depois dos últimos 2 anos, não podemos criticar o resultado da eleição do Palmeiras. A corrente política a que pertence Paulo Nobre teve sua chance e, infelizmente, não foi bem aproveitada. Além de não poder criticar, acho que temos que aceitar e, mais que isso, torcer para que o Tirone faça um bom mandato. Temos que torcer sempre pelo bem do Palmeiras e não de grupos políticos.

As decepções do passado recente mostram que uma administração "mais do mesmo" não deve nos levar a lugar algum. Fica evidente a necessidade de (rápida) mudança estrutural. Na era do "futebol romântico" ficar na fila até aumentava torcida. Na era do "futebol investimento" isso pode até acabar com o clube. Acho que o torcedor comum conhece muito pouco das idéias do novo presidente.

A eleição do Palmeiras é extremamente fechada para sua torcida. Sendo assim, aproveitando o canal de comunicação Prisco Palestra, pensei em 10 prioridades, na minha opinião, para o “novo” campo político do Palmeiras.

1 – Esse novo grupo se compromete a ficar apenas um mandato no poder. Com isso, ele pode tomar medidas impopulares sem ter que se preocupar em reeleição ou coisas do tipo. Várias atitudes são impopulares, mas tem que ser feitas para o bem do futuro do clube. Mal comparando, provavelmente o FHC não se elegeria mais nem para síndico de prédio, porque tomou uma sériede medidas impopulares, que custaram no curto prazo, mas depois fez um bem danado ao país. Sendo assim, não se trata mais de um projeto de poder, mas sim,de um projeto de Palmeiras.

Não ocorre isso. Já há uma disputa sanguinária pelo poder nas eleições de 2013. E a diretoria, com medo da torcida, não toma atitudes impopulares, mas que fariam bem ao clube, como por exemplo, o desligamento sumário do Kleber quando forçou a barra para sair, ofendendo a própria diretoria.

2 – Por mais imbecil e paradoxal que possa ser, a conquista de títulos no mandato não é o principal objetivo do grupo. O importante será criar condições para o Palmeiras competir em alto nível sempre e não ficar disputando título em um ano e rebaixamento no outro.

Exceto pelo pagamento dos salários em dia (que não deixa de ser obrigação), que não era cumprido pela administração anterior  e da “continuidade” da Arena, nada mais.

3 – Já que esse grupo não quer se perpetuar no poder, não sofrerá influências apaixonadas da torcida que exige sempre coisas incompatíveis com o futuro do clube (contratações de jogadores caros, alta rotatividade de atletas por excesso de pressão, etc...).

A permanência do Kleber, a leniência com Valdivia e a atitude pífia em relação aos ataques sofridos especialmente por Luan e JoãoVitor, mostram que pouco andamos aqui.

4 – Romperá com a danosa prática do Palmeiras desmontar mais de 2 times por ano na eterna ciranda do contrata, a torcida xinga,manda embora, contrata outro e o ciclo reinicia. Daí temos de pagar salários de “n” atletas. Está provado que no futebol brasileiro atual quem mantiver um time jogando junto por 18 meses disputa qualquer título em alto nível.

Tudo como dantes...Recebemos a notícia da contratação de 3 novos jogadores em setembro, a 2 meses do fim da temporada. Triste.

5 – Em que pese o futebol ser emoção, o novo grupo reconhece que não há mais administração saudável sem responsabilidade financeira.

Em partes. Como disse, colocou os salários em dia e, até por não ter possibilidades, não cometeu loucuras. Mas, cobra muito pouco de quem ganha muito. Porém, não se mostra muito inteligente em buscar novas e/ou maiores fontes de receita.

6  - No primeiro mês de mandato, envia proposta de mudança de estatuto, proibindo reeleição, com direito de voto a sócios e sócios torcedores (como o Internacional).

Não só não fez, como boicota a recente ação de alguns sócios e conselheiros. Provavelmente, o maior dos nossos problemas.

7 – Publicará balanços completos e auditados (de 3 páginas como o Corinthians) em grandes jornais do país. Com isso mostra transparência e não será mais vítima de interesses escusos para reprovar as contas do clube em reuniões pouco transparentes.

Sem comentários. Nada feito.

8 – As “sobras” de caixa devem ser direcionadas para a construção de um hotel no CT para economizar depois com as diárias e, principalmente muito, mas muito investimento em marketing.

Não os culpo, pois em 2011 não tivemos “sobras”de caixa.

9 – O investimento em marketing tem que ser feito por empresas do ramo e visa reverter imediatamente a queda no número de torcedores, esse sim o maior risco que um time pode correr na era do"futebol investimento". Sem torcida, sem patrocínio, sem receita, sem título, sem torcida...

 Sem comentários. Nada feito. Patético.

10 – Para tanto, investimentos no programa de sócio torcedor para que este seja digno de nome e conquiste uma legião de palmeirenses.

Sem comentários. Nada feito. Patético. Risível.


Caros amigos, como vimos acima, nesse ano não perdemos apenas o ano de 2011, mas também o de 2015. Sem as ações acima, fica praticamente impossível retomar nosso protagonismo que, reconheçamos, não é mais o mesmo.

O problema é que o tempo joga muito contra a gente, pois, além da dificuldade em captar novos torcedores, nossos principais rivais começam a ganhar cerca de R$ 50 MM/ ano a mais. Como prova o campeonato espanhol, história e bravatas não salvam um tradicional clube. Com a palavra, o Atletico de Madri.


Por Marcelo, o racional

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