sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Quanto desperdício!


Caros amigos,


Eu me enganei. Disse que o futebol brasileiro iria voltar dentro de poucos dias. Não voltou. Os compromissos na tabela, sim, mas futebol, não. Não me refiro à qualidade do jogo dentro de campo, mas futebol pressupõe altas doses de incerteza e emoção, algo que, na prática, não veremos até o final de abril.

Além da pobreza técnica das equipes do interior, a emoção não existe pela certeza que os 4 grandes estarão, pelo menos,  entre os 8 primeiros. A idéia de garantir os grandes no mata-mata, matou, a rigor, o campeonato (que já estava definhando).

Como os torcedores sabem que vão se classificar, públicos de 4000 pessoas mesmo em jogos de grandes são comuns. Além disso, agora temos o supra sumo da imbecilidade, conforme lembrado pelo meu amigo Marcos Botter. Dirigentes inexperientes e despreparados do interior, colocam ingressos a quase R$ 100,00 impossibilitando os torcedores de irem ao estádio, como na minha querida Catanduva.

Quer dizer, nem conta de preço de equilíbrio para lotar o estádio o pessoal sabe fazer e medíocres 8000 torcedores acompanharam o empate entre a Bruxa e o Verdão.

O parágrafo acima acaba com o frágil e último argumento dos defensores dos estaduais que era a oportunidade de algumas cidades receberem times grandes. Os defensores se calam e não apontam que nos jogos entre pequenos, o público dificilmente passa de 2000 pessoas.

Trata-se do caso mais estúpido de subsídio que conheço. Os grandes perdem 3 meses da temporada, levando Neymar, Valdivia, Luis Fabiano e Liedson para alguns pastos no interior, enquanto poderiam aproveitar e rentabilizar bem melhor esse tempo.

O Estadão de Domingo apontou que já somos o 6º país do mundo em giro de dinheiro ligado ao futebol. Poderíamos, facilmente, ser o terceiro ou quarto. Para isso, como disse em outras oportunidades, alinhar o calendário ao europeu com campeonato brasileiro anual, com, pelo menos 4 divisões fortes em pontos corridos com 20 clubes. Paralelamente, nos meios de semana, Libertadores, Sul –Americana (espécie de Libertadores B, como a Liga Europa no velho continente) e Copa do Brasil.

Para os “excluídos” torneios regionais onde os melhores teriam a oportunidade de entrar na série D (com garantia de sucesso, patrocinada, e não esse arremedo de campeonato de 3 meses como o atual). Com isso, pré-temporada na Europa, participando de torneios tradicionais (como Teresa Herrera) e vendendo a marca. Mais dinheiro, mais público, mais qualidade, mais dinheiro...Enquanto isso, por medo dedirigentes como o ex-governador e surrupiador de medalhas Marin, os dirigentesse calam.

Sinceramente, hoje essa é a minha maior dúvida no futebol. Porque os dirigentes não rompem essa armadilha? Porque a lealdade a Del Neros da vida? Porque expoentes nos negócios como Kalil, Belluzzo e LAOR não movemuma palha para mudar isso? Porque Flamengo e Corinthians com mais de 40% da torcida no Brasil não se mexem? Alguém argumentará que é por causa de roubo e tal, mas contra-argumento que quanto maior o volume de dinheiro envolvido, maior achance do intencional ladrão. Enfim...Vamos em frente e não percamos Boa x Atletico- MG, Palmeiras x Oeste e Resende x Vasco.

Até abril, futebol nacional.

Por Marcelo, o racional.


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