quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A DORMÊNCIA DE UM GIGANTE - TÉCNICO

                                      
Caros amigos,

Chega a assustar. Os três técnicos mais desejados do país treinaram o Palmeiras e, mais interessante, na sequência. Luxa, Muricy e Felipão. A pergunta que fica é: O Palmeiras está melhor ou pior que em 2008 quando optamos por esse caminho?

A resposta me parece óbvia. E porque continuamos insistindo? Basicamente, pelos pontos colocados no post anterior. Contratar um técnico caro é uma espécie de salvo conduto para a fraca diretoria. Algo do tipo, não me cobrem que fiz a minha parte. Para variar, pouco se importando com as finanças do clube.

Focando apenas no atual técnico, é sintomático. Imaginem que você gerencie uma equipe de gerentes de vendas e que eles ganhem na média R$ 4 mil. Imaginem também que você tenha um supervisor para gerenciar essa equipe e que na média o mercado pague R$ 10 mil. Por algum motivo, você faz uma aposta arriscada. Decide pagar R$ 40 mil para o supervisor (4 vezes mais) para tentar ser campeão de vendas.

Começa o ano. Apesar de alguma polêmica, há um certo consenso que seu time de gerentes têm uma qualidade parecida com a do mercado. Mesmo que seja um pouco inferior, você aposta que o muito bem remunerado supervisor fará a diferença. O ano vai se desenrolando e os resultados não aparecem. Sua equipe figura numa posição intermediária. Nesse hipotético cenário, onde recairia a maior responsabilidade? No supervisor, imagino. Mas, na empresa Palmeiras, não.

Amparada pelos comentários da imprensa, a torcida do passado releva o fato acima porque o supervisor (Felipão) ganhou um título em 1999. Já no time, pancada neles. Para complicar, além de não dar padrão de jogo, frases no estilo “Eu venço, nós empatamos e vocês perdem”. Para citar algumas:

“Não me cobrem em 2010, pois não montei o time” (O problema é que 2011 chega).

“Não me cobrem se não contratarem um 9” (Contratamos e de birra não põe para jogar).

“Eu estou envergonhado, mas não sei se meus jogadores estão” (Frase que, com certeza, uniu bastante o grupo).

“ Em 20 anos, eu nunca tinha passado pelo fato de não conseguir ajustar um time (Humilde, não? O Chelsea, o Cruzeiro e o Uzbequistão sabem bem).

Alguns argumentam que o Palmeiras paga parte do salário o que é uma meia verdade. Realmente, a Unimed e a Parmalat pagam uma parte do salário só que, para pagar, exigem veicular suas imagens no estádio, CT e em outros espaços. Esses espaços poderiam, perfeitamente, serem vendidos para outras empresas e rechear os cofres do Palmeiras. Então, se não sai de forma direta, o dinheiro sai de forma indireta.

Daqui a conclusão não tem como escapar. Se o time é ruim e o caro técnico não dá jeito, não precisamos do caro técnico. Mas, sem amparo da mídia e torcida, a diretoria corre para o caminho mais fácil...

Para corroborar. Em 2006, depois de mais um dos “all in” palmeirenses, quebramos o clube com jogadores caros e desmotivados. Marcinho, Paulo Baier, Gamarra, Juninho Paulista, etc...Nos safamos na penúltima rodada do rebaixamento. Em 2007, uma inevitável reconstrução com os poucos reais do cofre. Basicamente contratamos a espinha dorsal do Paraná e seu técnico. Um time “correto”, não muito caro, motivado e chegamos à última rodada do campeonato dependendo de uma vitória em casa para ir à Libertadores. Perdemos. O consenso? Caio Junior não tinha tamanho de Palmeiras. Demitido sumariamente.

Um ano depois com time e técnico bem, mas bem mais caros (que pagamos até hoje) chegamos à última rodada do campeonato na mesma situação. Dependendo de uma vitória em casa para ir à Libertadores. Perdemos.Luxa demitido? Que nada. Parafraseando o folclórico professor, faz parte do processo.

Como diria o brilhante Milton Leite: “Que fase...”


Por Marcelo, o racional

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