Amistosos, Ética e Bye Bye Leonores

1 - Amistosos


Acabou de ser divulgado pelo site oficial do Palmeiras a realização de dois amistosos contra equipes espanholas nas datas Fifa de 29 e 31 de março próximos. O primeiro adversário deve ser ou o Betis ou o Mallorca, e o segundo será o Espanyol de Barcelona. Valeu pelo resultado alcançado, mas fica a mesma crítica do post da semana passada: em tempos de dificuldade financeira, precisava de tanta gente? Ou será que tudo foi pago pelos espanhóis ou por algum empresário e não sabemos? Seria conveniente ouvir o diretor de futebol sobre o assunto quando do seu retorno. Deve haver alguma explicação.


“Nossa intenção é resgatar a imagem que o Palmeiras tem na Europa. Visitamos quatro clubes aqui na Espanha, entre eles o Real Madrid e o Barcelona. Os espanhóis têm grande admiração pelo Palmeiras e lembram muito bem dos grandes times que viram jogar, em especial os que conquistaram os três títulos do torneio Ramón de Carranza. Precisamos fazer o Verdão ter novamente essa imagem vencedora no exterior”, disse Wlademir Pescarmona, diretor de futebol. 


Espero que a retomada seja definitiva, independentemente de quem vencer as eleições, para que possamos divulgar nossa imagem nos principais centros do futebol mundial.


2 - Ética demais


Felipão concedeu entrevista coletiva nesta manhã na Academia de Futebol e, dentre outros assuntos, fez crítica indireta ao chamado excesso de cavalheirismo da direção alviverde nas negociações do futebol. Segundo Felipão, o Palmeiras quer agir muito "certinho" e o meio do futebol, como sabemos, privilegia a malandragem em detrimento da ética. 


A situação é complicada, pode ser que percamos oportunidades agindo dessa maneira, mas em nenhum momento devemos utilizar métodos leonores para obter vantagens indevidas nessas transações. Não faz parte  da imagem nem da ideologia esmeraldina. Além disso, sou adepto da filosofia de que "o que aqui se faz, aqui se paga", e normalmente o pagamento é acrescido de juros e correção monetária.


3 - Bye bye leonores


Dificilmente, na imprensa esportiva, lemos, vemos ou ouvimos críticas ao queridinho das redações, o time sediado no jardim leonor. Por isso, chamou atenção a crítica do colunista do espn, José Roberto Malia.


Transcrevo na íntegra, pela coragem e discernimento do nobre jornalista, que deve se tratar como diz o caipira, de "agúia no paiero":


Um dia da caça, outro do caçador. Basta um simples mergulho no túnel do tempo do badalado Tricolor paulista, expert em persuadir jogadores a trocar de clube mesmo com contrato em vigência, para a prova dos nove. 

29 de agosto de 2009. Diretoria do São Paulo recusa US$ 10 milhões da Fiorentina pelo zagueiro Miranda. Quer pelo menos US$ 15 milhões. O clube detém 80% dos direitos do jogador - os outros 20% pertencem ao atleta. Uma semana depois, Miranda não esconde a insatisfação com o presidente ‘Juvenal Antena’ por também ter recusado US$ 12 milhões do Wolfsburg.

12 de dezembro de 2010. Após as notícias de que o Fluminense teria feito um pré-contrato com Miranda, o engomadinho diretor João Paulo de Jesus Lopes estufa o peito e ganha os holofotes: "Essa história de pré-contrato não existe. Na semana que vem, renovaremos com o atleta por mais quatro anos. Para tirá-lo do São Paulo, terão de pagar no mínimo US$ 20 milhões.” 

17 de dezembro de 2010. Mais uma vez, Jesus Lopes entra em cena:
“Miranda tem contrato com o São Paulo até o meio do ano e, se algum clube quiser contratá-lo agora, basta depositar a multa de US$ 20 milhões. A cada dia, o Miranda é negociado, mas ninguém procura o São Paulo. Nossa intenção é que continue conosco por muito tempo. Vamos buscar o entendimento.”

7 de janeiro de 2011. Miranda anuncia um pré-contrato com o Atlético de Madrid. Vai embora em julho. O acordo com o time espanhol é por três anos. O zagueiro deverá ganhar dois milhões de euros por ano. No início da temporada europeia, o Atlético havia proposto US$ 10 milhões, quantia recusada pelo esperto Tricolor. Que, agora, perderá o jogador sem receber um tostão.

O feitiço virou contra o feiticeiro. E não adianta chorar as pitangas derramadas.