quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mais um palmeirense no Prisco Palestra: Marcelo, o racional

Caros amigos, é com muita honra que meu amigo Humberto Prisco abre seu novo espaço para podermos debater coisas relacionadas ao futebol e especialmente, claro, ao nosso amado Verdão.

Aproveitando o momento da ainda indefinida contratação de Ronaldinho Gaucho, vejo que não há unanimidade na torcida devido a dúvidas sobre o seu comportamento dentro de campo e com o grupo. Entretanto, há unanimidade quando abordamos a geração de receita que o “craque” pode trazer e a exposição da marca do clube.

É esse gancho que quero explorar. O futebol mudou nesses 10 anos mais do que mudou nos últimos 90. Fim dos Estaduais, pontos corridos no Nacional, supervalorização da Libertadores, contratos de patrocínio cada vez maiores, menor distância entre as economias brasileira e européia que permite que Fred, Love, Ronaldo, Robinho e Adriano joguem aqui (algo inimaginável anos atrás), etc...

Na minha opinião, é nessa década que vai se definir quem serão os Barcelonas e Real Madrids do Brasil e quem serão os Valencias, Atleticos de Madrids e La Coruñas do Brasil. Uns serão protagonistas e ganharão a maioria dos campeonatos. Outros, coadjuvantes e ganharão alguns e de tempos em tempos.

É a capacidade de investimento que vai definir isso. Não prevejo isso aqui nessa intensidade, mas, como exemplo, a capacidade de patrocínio de Barcelona e Real é tão maior que a do Valencia, por exemplo, que na prática o Valencia ganha títulos de 15 em 15 anos. No último campeonato espanhol (2009/2010) em 38 rodadas esses 2 times tiveram mais de 30 vitórias...Surreal. O primeiro turno do campeonato atual está acabando e estão indo pelo mesmo caminho novamente (mais de 15 vitórias no turno).

Por isso, entendo que o Palmeiras tem que definir o seu principal objetivo. Paradoxalmente, o principal objetivo não deveria ser o ano de 2011, mas como vamos nos comportar e terminar essa década que se inicia. Ainda não ouvi de nenhum candidato, seus planos para o Palmeiras do futuro, apenas que querem fortalecer o elenco para a disputa dos próximos campeonatos, algo que, sem dúvida, agrada os ouvidos da maioria da torcida, mas não levará novamente o Palmeiras ao caminho de protagonista incontestável do futebol brasileiro, justamente chamado de “Campeão do Século”.

Se investimento é o nome do jogo, os próximos dirigentes do Palmeiras teriam que ter isso como prioridade e a cada 2 anos, passar para o sucessor um clube com maiores fontes de receita e fluxo de caixa organizado. Para tanto, equilíbrio financeiro, ações de marketing profissionalizadas para conquistarmos mais torcedores e maior exposição da marca, criação da agenda positiva de comunicação para valorizar a marca (algo que o dono do blog defende arduamente),  aproveitamento maior do enorme patrimônio que é a torcida palestrina no interior paulista através de um programa de sócio torcedor mais abrangente, transparência e publicação dos números do clube, visando dar maior tranqüilidade aos investidores (sejam eles sócios, sócios torcedores ou patrocinadores), investimento maciço em categoria de base são algumas das prioridades a serem contempladas pela próxima administração.

Nesse contexto, preferiria que a enorme energia que toda a estrutura palmeirense está colocando na possibilidade da contratação do Ronaldinho fosse deslocada para alguns pontos acima. É evidente que é muito mais estimulante torcer e ir ao estádio ver o Ronaldinho ao invés do Lincoln, por exemplo, mas entendo que o Palmeiras já tem, pelo menos, 4 pilares para dar sustentação ao time e diminuir a forte pressão da nossa torcida (Marcos, Valdivia, Kleber e Felipão).

A experiência mostra que times que são mantidos por, pelo menos, 18 meses, ganham campeonatos. Tivemos boa experiência em 2004, quando mantivemos o “humilde” time da Série B que, na minha opinião, seria campeão brasileiro caso não vendêssemos o Vagner Love (mesmo assim, chegamos à Libertadores naquele ano). Se fizermos o que outros times já experimentaram (Inter-RS, por exemplo), com união política e um pouco mais de paciência logo, logo estaremos de volta ao papel de soberania no futebol nacional. (Soberania de verdade e não a do pseudo DVD dos Leonores).

Por Marcelo, o racional

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