Democracia - idéias opostas

1 - Contra

Caros palestrinos ilustres vou tentar dar uma colaboração nesse assunto imprensa. Eu penso diferente e não acho que há uma perseguição ao Palmeiras na mídia. Até porque hoje não assustamos nem intimidamos ninguém e, por isso, nem motivo teriam para uma cruzada anti-Palmeiras, exceto, claro, alguns mal profissionais recalcados, minoria eu penso. Mas acho que a sensação de perseguição tem explicações. Seguem:

Para mim a imprensa (esportiva ou não) é movida por 2 “forças”. Um é o complexo de Machado de Assis (ao vencedor, as batatas). Se ganha tudo é lindo. Se perde é um lixo. Lembro que após a vitória do Palmeiras na Vila no ano passado (3 x 1 de virada) havia um certo consenso que o Palmeiras era o virtual campeão brasileiro. O Estadão dizia: “Palmeiras atropela o Santos na Vila”. Eu estive no jogo e posso garantir que a única coisa atropelada naquele dia foi meu coração que sofreu pacas...(rs). Foi um jogo ruim de doer que o Palmeiras acertou 10 minutos e definiu o jogo. Mas o que vale é o resultado. Para mim, o resultado é mais forte até que as intenções do jornalista de querer falar mal de alguém.

Querem um exemplo disso? O Dunga. No começo havia fila para bater no cara. Como ele mandou a imprensa para o inferno diversas vezes, teve jornalista que disse ao vivo que não gostava dele pessoalmente. Para misturar profissionalmente foi um pulo. Pois bem, Copa América, Eliminatórias com classificação antecipada e olé na Argentina e Copa das Confederações...Resultados incontestáveis. Hoje o pessoal faz fila para elogiar. Água para o vinho em 3 anos...E garoto propaganda da Brahma. Que beleza...

Outra “força” é o mercado. Aqui há vários debates sobre a isenção dos órgãos de imprensa com esse assunto, mas o fato é que influencia sim. Não sou a favor, só estou constatando. A mídia busca aceitação do seu público alvo. Saindo do futebol, vejam o exemplo da Folha e do Estado aqui em SP. O Estado é um jornal conservador, mais à direita (se é que existe isso hoje). Seus assinantes são mais velhos na média e se identificam com isso.

A Folha é o contraponto. Assinantes mais jovens, menos conservadores e o jornal é mais arejado por assim dizer. Lendo os 2 jornais fica clara a diferença de padrão editorial. Voltando ao futebol, o mercado em SP hoje é Corinthians, São Paulo e em terceiro Palmeiras com um importante agravante. É o jovem que consome mais mídia de esporte e em São Paulo (principalmente capital), o São Paulo já rivaliza com o Corinthians na faixa entre 15 e 25 anos. O Palmeiras, infelizmente, vem atrás.

Como está o Palmeiras nesses 2 quesitos (resultado e mercado)? Mal e médio.
E o Corinthians? Médio e excelente.
E o São Paulo? Excelente e excelente.

Então na média, estamos lendo (bem) mais coisas boas do São Paulo, depois do Corinthians e finalmente da gente.

Querem ver onde de maneira geral a imprensa é mais acusada de parcialidade? Rio de Janeiro. Eu leio bastante coisa de lá. Os caras ficam fulos da vida com os rubro negros de lá. Acho que li no blog “Parmerista” que um palmeirense que morou no RJ achou “fichinha” o que falam bem do São Paulo aqui versus o que ele sentiu no Rio em relação ao movimento pró-Flamengo. Pois bem, no Rio o Fla é tri carioca, campeão brasileiro e tem mais de 50% da torcida. Resultado e mercado, lembram?

E indo para outro lado, é impressionante o que os caras de mesas redondas nacionais (tipo Linha de Passe e Bem, Amigos) apanham dos torcedores de MG e RS porque eles não falam (ou falam bem pouco) do Grêmio, Inter, Galo e Cruzeiro. Todo dia tem e-mail de alguém cobrando isso. Mas, o mercado dita o que eles vão abordar de forma mais completa. Assuntos do eixo Rio-SP. É engraçado que sempre eles prometem mais atenção, mas nunca conseguem dá-la efetivamente.

Então é isso. Não acho que haja uma linha editorial anti-Palmeiras. Sinceramente não vejo o Antero Greco (editor de esportes do Estadão) dizendo para o pessoal falar mal do Palmeiras. Nem o editor da Folha, Globo, Lance!, etc... Tirando de novo os mal profissionais, acho que essa sensação de perseguição vem desses fatores acima. Para resolver, só com títulos e crescimento de torcida.

Reflexões de Cinzas...

Abs,

Marcelo, o racional

(texto escrito em fevereiro de 2010 e, segundo o autor, permanece válido em sua idéia central)


2 - Pró


Esta foi enviada pelo nosso colaborador Hooligan, citando coluna do Blog do Galuzzi, do globoesporte.com, em consonância com Prisco Palestra e Rogério, o crítico:

Torcer pro Palmeiras é como adotar um estilo de vida que sonha com um mundo menos hostil e mais lúdico. Menos cimento e mais grama… menos imposições (e impostos), e mais responsabilidade, com cada um sabendo de si e respeitando o mundo que o cerca. Praticando, enfim, o que nos foi ensinado há mais de 2.000 anos…


Mas porque falamos disso? Lia o comentário de um torcedor palmeirense indignado pela forma jocosa e desrespeitosa com que nosso time era tratado em um noticiário. Ainda que aconteça com outros times, no Palmeiras isso virou lugar comum. Abordagens que enfatizam e eternizam nossa penúria, pra náusea do torcedor palestrino.


Se fizerem uma enquete na rua, o Palmeiras aparecerá como time brasileiro com mais dívidas. Mentira, há vários clubes com dívidas maiores que a nossa, o fato é que isso é associado à nós constantemente.


Mais recentemente o clube se viu obrigado a publicar uma nota de repúdio contra a abordagem de um jornalista, que comparava, da forma mais deslavada, o salário do técnico com a folha salarial dos adversários enfrentados. Pergunto: porque não fazem o mesmo com o Carpegianni, em referência aos clubes que o SP enfrentou na Copa do Brasil?


A você, leitor, cabe se posicionar, se concorda com a linha do editor Prisco Palestra e do colaborador Rogério, o crítico, ou se acredita mais na tese de nosso amigo e também colaborador Marcelo, o racional.

Aqui o espaço é democrático, ao contrário de alguns jornais paulistanos que são proibidos de criticar determinado time cor de rosa.

Abraço a todos.

Prisco Palestra, o editor