terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Memórias da fila

Natal de 1992. Então, aos 20 anos, já tinha passado por Guarani, XV de Jaú, Inter de Limeira e Bragantino. Naquele ano sucumbia diante do S. Paulo, do memorável Telê.

Sem gritar campeão desde 1976, digo gritar mesmo, pois estava no Palestra, aos 04 anos de idade, com mais de 35 mil pessoas, em companhia de meu avô e de meu querido tio, ilustre palmeirense, que abaixo será citado, na final contra o XV de Piracicaba, naquele que seria o último grande jogo da Segunda Academia .

Pois bem, naquela noite de Natal, 1992, família reunida, dia de alegria, vinho e harmonia.
Como combinado, por volta de das 9 da noite, um primo nosso, que deixo de revelar o nome, bambi, primo não de sangue, eis que apenas casado com uma distante prima jeitosinha, chega a nossa reunião familiar, trajado de Papai Noel, para alegria geral da criançada, que de suas mãos recebiam os presentes solicitados nas cartinhas previamente “postadas”. 

Qual não foi minha surpresa, quando, ao final da entrega dos presentes das crianças, o tal Papai Noel retorna a sala de estar, com um ultimo pacote, gritando meu nome e do meu tio, dizendo ser uma entrega especial.

Ao abrir o embrulho, nos deparamos com uma camisa oficial do São Paulo FC, aquele mesmo que alguns dias antes havia nos batidos nos dois jogos finais do Paulistão 92, apesar do belo futebol que apresentamos.

Meu tio não teve dúvida, com as mãos e os pés, fez uma espécie de alavanca, na tentativa de partir a camisa em três e introduzir no orifício anal do bom velhinho.

A alavanca não deu certo, ele foi para o chão, grito de dor, costela na mesinha de centro, olhos esbugalhados e logo fechados.

Não me contive e parti pra cima do Santa Claus, voou pano vermelho, pano preto do saco já vazio, bota, enchimento de barriga, cinto de couro, barba postiça e até um dente da figura natalina pôde ser recolhido do chão mais tarde.

Meus primos, palestrinos, faziam uma espécie de corrente humana para que eu pudesse me entender pessoalmente com o velhinho.

A situação foi catastrófica, tristeza familiar absoluta, muito choro, a briga foi feia. Fiquei descontrolado, mas só via na minha frente aquele escudo, em forma de pizza de pimentão, o número 10, abaixo do nome do irmão homossexual do Dr. Sócrates.

Naquele Natal, nossa celebração acabou mais cedo, antes da ceia. Nem preciso dizer que minha mãe ficou muito triste e aborrecida comigo, diferentemente de meu tio, que hoje descansa no céu, ao lado de Heitor, Vavá, Carnera, Junqueira e outros ídolos.
  
Abraços, Hooligan. 

2 comentários:

  1. que louco esse texto

    arrepiei!!!!

    parabens!!!!!

    vou ate ler de novo de tao emocionado que fiquei....mas me responde uma coisa??
    bateu bem no cara????

    espero que tenha tirado sangue.....bambi raca maldita e chupa gamba

    saudacoes palestrinhas

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